Após a divulgação do mais recente Índice de Preços ao Consumidor (IPC) mensal da Austrália, que revelou uma alta de 3,0% em agosto na comparação anual, o dólar australiano registrou ganhos significativos. Esse número ficou acima dos 2,8% do mês anterior, o que indica uma aceleração moderada da inflação. Os dados reforçam a moeda australiana em relação ao dólar americano, refletindo a confiança nos fundamentos econômicos internos, mesmo diante das incertezas globais.
Enquanto isso, os indicadores de atividade econômica da Austrália mostraram resultados mistos. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) Composto da S&P Global preliminar recuou de 55,5 em agosto para 52,1 em setembro, marcando seu nível mais baixo em três meses. Foi observada uma desaceleração do crescimento tanto no setor industrial quanto no de serviços, refletindo uma queda no volume de novos pedidos e na demanda de mercadorias. O PMI do setor de serviços caiu de 55,8 para 52, enquanto o PMI do setor industrial recuou de 53,0 para 51,6, apontando para um arrefecimento no ímpeto dos principais segmentos da economia.
No campo diplomático, foi divulgado o planejamento de uma reunião presencial entre o primeiro-ministro australiano Anthony Albanese e o presidente dos EUA, Donald Trump. Marcado para 20 de outubro em Washington, D.C., o encontro terá como foco a colaboração em torno do acordo do submarino nuclear Aukus, destacando a importância da aliança estratégica entre as duas nações.
O Reserve Bank of Australia (RBA) apontou para uma leve flexibilização no mercado de trabalho, evidenciada por um aumento moderado no desemprego e melhores condições para as famílias e empresas, decorrentes das recentes reduções nas taxas de juros. A liderança do RBA ressaltou a necessidade de acompanhar atentamente a evolução das condições econômicas e estar preparado para realizar ajustes na política monetária conforme necessário.
Nos Estados Unidos, o índice do dólar americano (DXY), que mede o dólar em relação às seis principais moedas, manteve-se próximo de 97,30. O índice sofreu leve pressão de baixa após a divulgação dos dados do Índice de Gerentes de Compras (PMI) dos EUA de setembro, que apontaram uma desaceleração na atividade econômica, com o PMI composto recuando de 54,6 em agosto para 53,6. Tanto o setor industrial quanto o de serviços demonstraram indícios de demanda mais lenta, com as leituras do PMI caindo em relação aos níveis anteriores.
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reconheceu as preocupações persistentes quanto ao abrandamento do mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que sinalizou que reduções adicionais nas taxas de juros podem ocorrer caso as condições econômicas justifiquem tal medida. As autoridades do Fed mantêm uma postura de otimismo cauteloso, buscando equilibrar os receios quanto às pressões inflacionárias com a necessidade de dar suporte ao crescimento econômico.
A taxa de câmbio AUD/USD tem flutuado em torno de 0,6610, permanecendo levemente abaixo de seu canal ascendente, de acordo com análises técnicas. O momentum do mercado indica possibilidade de novas altas caso a resistência na média móvel exponencial de nove dias não seja perdida, podendo impulsionar o par para a alta de 11 meses, em 0,6707. As regiões de suporte mais relevantes estão situadas em 0,6600 e na média móvel exponencial de 50 dias, em 0,6551; uma quebra consistente desses níveis poderia desencadear um recuo rumo às mínimas recentes de agosto, próximas de 0,6414.
