A Binance, juntamente com seu ex-CEO Changpeng Zhao, está enfrentando uma ação coletiva movida por três investidores em criptomoedas. Os autores da ação alegam que não conseguiram recuperar seus ativos digitais roubados devido ao fato de a corretora não ter implementado medidas adequadas contra a lavagem de dinheiro. A ação, apresentada no Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Ocidental de Washington, afirma que os fundos roubados foram transferidos para a Binance pelos ladrões, obscurecendo efetivamente a conexão entre os ativos e seus proprietários originais.
No centro do argumento dos autores da ação está a natureza da tecnologia blockchain, que fornece um registro permanente de todas as transações. Eles alegam que, sem plataformas como a Binance facilitando a lavagem de dinheiro, os agentes ilícitos enfrentariam um risco maior de serem rastreados pelas autoridades por meio da blockchain. Portanto, eles alegam que a Binance desempenhou um papel fundamental no processo de lavagem, violando a Lei RICO (Racketeer Influenced and Corrupt Organizations).
Especialistas jurídicos expressam ceticismo sobre o potencial sucesso do processo, mas reconhecem que ele coloca a Binance em uma posição precária. Alguns analistas observam que o processo pode servir como um reflexo de tendências mais amplas em ações regulatórias contra corretoras de criptomoedas, especialmente após recentes processos governamentais no setor. Se o caso prosseguir com a descoberta ou com as moções pré-julgamento, ele poderá impactar significativamente a percepção e a eficácia da análise de blockchain e da recuperação de ativos on-chain.
Além disso, Zhao recentemente se declarou culpado de violar as leis de lavagem de dinheiro dos EUA, o que resultou em sua demissão da Binance e em uma pesada multa de US$ 4,3 bilhões por violações regulatórias. Ele foi condenado a quatro meses de prisão, com previsão de libertação no final deste ano. A Comissão de Valores Mobiliários também entrou com um processo contra a Binance, alegando que a corretora enganou o público com relação às suas práticas de vigilância de mercado e volumes de negociação inflados. Essa turbulência jurídica reflete o crescente escrutínio enfrentado pelas corretoras de criptomoedas no cenário regulatório em evolução.