Segundo uma análise do setor, as refinarias chinesas aproveitaram a recente desvalorização dos preços do petróleo principalmente para aumentar seus níveis de estoque. Apesar dos preços mais baixos, persistem dúvidas quanto ao consumo de petróleo no segundo maior mercado do mundo.
Em abril, mesmo diante de um nível elevado de importações de petróleo bruto, o volume processado registrou uma queda expressiva. O processamento total de petróleo bruto recuou para 58 milhões de toneladas, aproximadamente 14,1 milhões de barris por dia. Esse número representa uma redução significativa em relação a março e um declínio de 1,4% em comparação com o mesmo período do ano passado. A combinação de altas importações e processamento reduzido levanta dúvidas sobre a demanda subjacente de petróleo no mercado chinês.
De acordo com os dados de uma empresa de consultoria chinesa, a taxa de utilização da capacidade das refinarias caiu para o menor patamar desde 2022, ficando ligeiramente abaixo dos 74%. Apesar de a produção interna de petróleo ter avançado 1,5% em relação ao ano anterior, isso não foi acompanhado por um crescimento correspondente no consumo. Consequentemente, os estoques de petróleo bruto na China cresceram cerca de 2 milhões de barris por dia em abril.
Considerando as exportações líquidas de produtos refinados, a demanda aparente de petróleo da China em abril apresentou uma queda superior a 5,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse recuo substancial reforça as inquietações sobre a sustentabilidade do consumo de petróleo no país. As tendências atuais sugerem um cenário de cautela, visto que o potencial de recuperação da demanda de petróleo ainda é incerto, especialmente diante da volatilidade da atividade das refinarias e da dinâmica do mercado global.
