O dólar australiano está enfrentando pressão após a divulgação dos dados decepcionantes da balança comercial. Em dezembro, o superávit comercial da Austrália caiu para 5.085 milhões de AUD, ficando bem abaixo da previsão de 7.000 milhões de AUD e abaixo do superávit registrado em novembro, de 6.792 milhões de AUD. Essa desempenho fraco impactou negativamente o AUD frente ao dólar americano, principalmente devido a maior cautela do mercado diante da escalada dos conflitos comerciais entre os EUA e a China.
Uma análise mais aprofundada dos dados comerciais aponta para uma desacelaração das exportações, visto que registrou um aumento modesto de 1,1% em relação ao mês anterior, ante o ganho de 4,2% registrado em novembro. Por outro lado, as importações tiveram um salto expressivo de 5,9%, em relação aos 1,4% do mês anterior. Os traders ficaram atentos a esses números, principalmetne diante das crescentes tensões comerciais em andamento entre os EUA e seu principal parceiro comercial, a China. A situação se agravou ainda mais com a implementação de tarifas retaliatórias sobre as importações dos EUA pela China.
O índice do dólar americano segue sob pressão, oscilando próximo de 107,50, impactado pela queda do Índice de Gerente de Compras de Serviços (PMI), que registrou um recuo para 52,8 em janeiro, abaixo do valor revisado de 54,0 em dezembro. Esse resultado não atingiu as projeções do mercado de 54,3, sugerindo possíveis desafios a serem enfrentados pela economia dos EUA.
Enquanto isso, os investidores permanecem com a atenção voltada para os próximos dados do relatório da folha de pagamento não agrícola (NFP), que devem ter um papel fundamental na definição da postura do Federal Reserve sobre a política monetária. De acordo com declarações recentes, a suspensão temporária das tarifas propostas sobre as importações canadenses e mexicanas sinalizam uma abordagem mais diplomática para lidar com os conflitos comerciais.
Paralelamente, o anúncio da China sobre a imposição de novas tarifas às importações de carvão e gás natural liquefeito dos EUA reforça ainda mais as tensões persistentes entre as duas nações. Diante desse cenário, fabricantes chineses estão avaliando a possibilidade de transferir parte da produção para minimizar os efeitos das tarifas dos EUA, à medida que buscam por mercados alternativos e estratégias para mitigar os custos adicionais.
Na Austrália, o PMI composto do Judo Bank revelou uma leve recuperação, subindo para 51,1 em janeiro, sinalizando um crescimento modesto no setor privado. Embora tenham surgido alguns sinais positivos, o par AUD/USD está sendo negocioado próximo a 0,6280, indicando que a pressão contínua sobre o dólar e a evolução da dinâmica comercial serão fatores fundamentais para determinar a direção do mercado no curto prazo. Observa-se o nível de resistência imediata em torno de 0,6330, enquanto o suporte é esperado na MME de nove dias, próximo a 0,6254.
