Aleš Michl, governador do Banco Nacional da República Tcheca (CNB), defende a necessidade de estudar a Bitcoin e sua tecnologia subjacente. Em vez de temê-la, ele acredita que os bancos centrais deveriam examinar minuciosamente seus potenciais benefícios, especialmente considerando as hesitações anteriores motivadas por preocupações com a volatilidade da criptomoeda. Segundo a perspectiva de Michl, o envolvimento com a Bitcoin não representa uma ameaça, mas sim uma oportunidade de fortalecer as instituições financeiras.
No dia 30 de janeiro, durante uma reunião, Michl apresentou uma proposta ao conselho do CNB para estabelecer um “portfólio de teste” de Bitcoin , com o intuito de explorar ainda mais esse ativo alternativo de alto risco. Ele enfatizou que essa iniciativa representa apenas uma fase inicial de um estudo mais amplo, sugerindo que qualquer decisão significativa de investimento dependeria das conclusões extraídas desse experimento. Seu interesse na Bitcoin como um ativo de reserva teve início em 7 de janeiro, quando começou a considerar a aquisição de uma pequena quantia da criptomoeda visando a diversificação.
Com os impressionantes retornos anuais da Bitcoin atingindo 130% em 2024, o ativo tem atraído a atenção de investidores institucionais e de grandes fundos. Caso o CNB avance com a proposta de Michl, ele poderá se tornar o primeiro Banco Central europeu a investir em Bitcoin , com compras que poderiam ultrapassar US$ 7,3 bilhões, retiradas de suas expressivas reservas de mais de US$ 146 bilhões. Essa alocação significativa representaria cerca de 5,3 meses do fornecimento de Bitcoin recém-minerado, destacando a relevância e a escala dessa possível iniciativa.
Apesar de sua atratividade, o desempenho da Bitcoin no mercado atualmente é impactando por desafios econômicos globais, particularmente as disputas comerciais entre os Estados Unidos e a China. Analistas do setor destacam que, mesmo diante da persistência dessas tensões comerciais, a Bitcoin tem mantido uma resiliência notável em seus padrões de negociação. À medida que os bancos centrais, como o CNB, consideram o papel das criptomoedas em suas políticas monetárias, os desdobramentos dessas avaliações serão acompanhados de perto.
