A valorização do dólar americano por dois dias consecutivos reflete uma aversão ao risco dos investidores, que buscam ativos seguros em um cenário de incerteza e aguardam a próxima divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Os investidores estão adotando uma postura cautelosa diante das preocupações com os dados de inflação, principalmente ao avaliarem os impactos para futuras ações do Federal Reserve.
As expectativas de inflação nos EUA apontam para uma leve alta, com a taxa anual projetada em 2,7% em novembro, em comparação com 2,6% em outubro. Espera-se que o núcleo da inflação se mantenha em 3,3%, bem acima da META de longo prazo do Fed de 2%. Mesmo com a baixa probabilidade dessas previsões alterarem as expectativas de redução da taxa de juros na próxima semana, esses dados elevam a incerteza sobre a trajetória da política monetária do Fed, principalmente em relação à flexibilização monetária em 2025. A combinação de uma inflação acima da META e a possibilidade da implementação de políticas inflacionárias pelo governo eleito, torna o cenário econômico ainda mais complexo.
A recuperação dos rendimentos do Tesouro dos EUA devido à aversão ao risco geral também impacta as reações do mercado. O rendimento do título de referência de 10 anos do Tesouro cresceu de 4,13% para 4,23%, ampliando ainda mais a diferença de rendimento entre os títulos do governo dos EUA e do Japão. Essa discrepância, que só vem crescendo ao longo do tempo, está pressionando o iene japonês e fortalecendo o dólar.
Em resumo, o desempenho dos rendimentos dos títulos do Tesouro juntamente com as apostas sobre as decisões de política do Federal Reserve estão delineando o cenário cambial atual, à medida que os investidores estão atentos ao dados de inflação e buscam por ativos seguros. O mercado aguarda a divulgação dos próximos indicadores econômicos com cautela, com os investidores reavaliando suas posições com base nesses dados.