Na terça-feira, o dólar canadense apresentou uma leve valorização frente ao dólar americano, recuperando parte das perdas registradas no início do pregão e permanecendo dentro da faixa estabelecida nas últimas semanas. Apesar de o sentimento do mercado em relação ao CAD continuar em tom de cautela, os investidores demonstraram certo grau de resiliência, especialmente enquanto a moeda testava suas mínimas de seis meses. A falta de um forte impulso ascendente, no entanto, indica uma incerteza persistente na perspectiva de curto prazo da moeda.
Um dos principais fatores que têm influenciado o desempenho do CAD são os últimos dados do Índice de Preços ao Consumidor canadense. As leituras de inflação divulgadas na terça-feira vieram acima das estimativas em diversas métricas, intensificando a pressão sobre as perspectivas da política monetária do Banco do Canadá. Em setembro, a taxa de inflação geral avançou para 2,4% em relação ao ano anterior, tornando mais complexa a tarefa do Banco Central de ajustar as taxas de juros. Um cenário de inflação mais elevada diminui as chances de reduções nas taxas, limitando a capacidade da instituição de impulsionar o crescimento econômico diante de um ambiente comercial desafiador, marcado por tarifas americanas e conflitos comerciais.
Nesse contexto, o dólar americano mantém uma postura relativamente firme, com a taxa de câmbio USD/CAD flutuando em torno de 1,4025, logo abaixo da região de resistência próxima a 1,4080. Depois de setembro, a trajetória do par tem sido predominantemente ascedente, sustentada por sinais técnicos, como o cruzamento da média móvel, que sugere uma mudança em direção ao momentum de alta de médio prazo. No entanto, a recente ação dos preços indica um período de consolidação, com os investidores atentos aos níveis de suporte perto de 1,3900 e à resistência em torno de 1,4100. O IFR atual aponta para um interesse comprador constante sem indícios de sobrecompra, indicando potencial para ganhos adicionais caso surjam catalisadores.
Diversos elementos seguem moldando a trajetória do dólar canadense, incluindo a política de taxas de juros, os preços do petróleo – principal produto de exportação do Canadá – e o panorama econômico geral. O Banco do Canadá busca manter a inflação em uma faixa de META de 1% a 3%, realizando ajustes nas taxas de juros conforme o necessário para atingir essa META . Como o Canadá é um grande exportação de energia, as oscilações no preço do petróleo exercem influência direta sobre o CAD. Quando o petróleo se valoriza, a moeda tende a se fortalecer. Indicadores macroeconômicos, como o crescimento do PIB, relatórios de emprego e pesquisas de negócios, ajudam a orientar o sentimento dos investidores e a definir as expectativas em relação à moeda. No geral, o CAD segue sensível às commodities e aos dados econômicos globais, sendo provável que haja volatilidade contínua no mercado até que surjam indicações direcionais mais claras.
