Dado às crescentes preocupações com o potencial aumento da diferença entre as taxas de juros dos Estados Unidos e da zona do euro, a taxa de câmbio EUR/USD tem sido afetada negativamente. O início das negociações na Ásia nesta segunda-feira foi marcado pela terceira sessão consecutiva de perdas para o par, que permaneceu oscilando em torno de 1,0310. Essa queda pode ser atribuída principalmente pela antecipação do mercado sobre as decisões de política monetária que podem favorecer o dólar americano, após um recente relatório de emprego indicar uma tentativa de desaceleração no crescimento do emprego.
Influenciado pelo relatório do Departamento do Trabalho de janeiro, o Federal Reserve dos EUA agora adota uma abordagem mais cautelosa, focando em manter as taxas de juros inalteradas durante o ano. De acordo com o relatório, houve um crescimento de apenas 143.000 nas folhas de pagamento não agrícolas, não atingindo as expectativas do mercado de 170.000 e ficando significativamente abaixo do número revisado de dezembro, de 307.000. No entanto, a taxa de desemprego observou uma leve melhora, recuando 4% em janeiro ante os 4,1% do mês anterior, reforçando a confiança na economia dos EUA.
O presidente Trump anunciou a intenção de impor uma tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, alimentando ainda mais a incerteza nos mercados. No entanto, não especificou quais países serão afetados. Outras tarifas recíprocas poderão ser aplicadas em resposta, com expectativas de que sejam anunciadas em breve e implementadas rapidamente, alinhando-se às tarifas já em vigor em diversos países.
Diante desses acontecimentos, líderes políticos da Europa têm manifestado fortes objeções. O chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou que a União Europeia está preparada para reagir prontamente a quaisquer tarifas impostas pelos EUA. Enquanto isso, outras autoridades da UE sugerem que negociações podem ser conduziadas a fim de evitar uma escalada nas tensões comerciais, incluindo a possibilidade de uma redução do imposto de importação de veículos da UE, atualmente em 10%, para se aproximar da taxa de 2,5% dos EUA.
Os temores de novos cortes nas taxas de juros pelo Banco Central Europeu estão cada vez maiores, com o mercado especulando sobre as possíveis pressões deflacionárias decorrentes das tarifas dos EUA. Segundo os analistas, a previsão é de que o BCE reduza a taxa de depósito para aproximadamente 1,87% até dezembro, intensificando o foco na resiliência econômica europeia em meio às mudanças na dinâmica do comércio global.
