A parceria entre a Microsoft e a Atom Computing estabeleceu um marco significativo no campo da computação quântica, o que poderia revolucionar as práticas de mineração na blockchain. A colaboração resultou em um sistema de computação quântica que utiliza apenas 80 qubits físicos para criar 24 qubits lógicos emaranhados. Essa inovação não apenas estabelece um novo recorde para o número de qubits lógicos emaranhados obtidos por meio de técnicas avançadas de correção de erros, mas também muda significativamente o cenário futuro da escalabilidade da computação quântica.
Historicamente, acreditava-se que para gerar um único qubit lógico seriam necessários milhares de qubits físicos. Essa descoberta evidencia a possibilidade de criar sistemas quânticos mais eficientes, fazendo com que a Atom Computing e a Microsoft ampliem suas operações muito antes do previsto.
O potencial dos computadores quânticos de minar os protocolos de segurança de dados existentes têm gerado preocupação entre os especialistas. A criptografia SHA-256, um elemento crítico de segurança, serve como peça fundamental no modelo proof-of-work usado por várias redes de blockchain, como a Bitcoin . Atualmente, os mineradores dependem de métodos de força bruta para decifrar essa criptografia, adivinhando hashes em uma corrida competitiva influenciada pelos ajustes de dificuldade da rede que ocorrem a cada 2.016 blocos.
O promissor Algoritmo de Grover representa uma complicação em relação aos esforços tradicionais de mineração, pois poderia aumentar a eficiência das pesquisas de força bruta. Entretanto, a sua implementação em larga escala, especialmente para decifrar o SHA-256, ainda é limitada à teoria devido a não existência de uma computação quântica suficientemente desenvolvida.
O Algoritmo de Grover, se aplicável, promete revolucionar a mineração quântica comparado aos métodos clássicos, tornando-a consideravelmente mais viável e eficiente. Estima-se que os sistemas que operam com cerca de 3.000 qubits lógicos poderiam superar as configurações tradicionais de mineração. Embora o caminho até lá permaneça incerto – com estimativas variando de 10 a 50 anos para um progresso significativo -, os recentes avanços da Microsoft e da Atom Computing sugerem que o ímpeto está aumentando. Os planos de introduzir um computador quântico de 1.000 qubits até 2025 sinalizam um avanço tangível nesse campo em evolução.
