O Ouro alcançaou novos patamares históricos, sendo cotado em torno de US$ 4.247 em meio ao aumento das incertezas geopolíticas e econômicas. Atualmente, o metal é negociado próximo a US$ 4.240, acumulando uma alta de quase 10% apenas em setembro e mais de 60% no acumulado do ano, reforçando sua posição como um dos principais refúgios de valor buscado pelos investidores.
As atuais disputas comerciais entre os EUA e a China seguem no centro das atenções do mercado. Na semana passada, as tensões se intensificaram após os Estados Unidos anunciarem a implementação de uma tarifa de 100% sobre todas as importações chinesas a partir de 1º de novembro. Essa decisão veio em resposta à decisão de Pequim de restrignir a exportação de elementos de terras raras, componentes essenciais para as cadeias de suprimentos globais, o que elevou os receios em torno de um conflito comercial prolongado que poderia impactar negativamente o crescimento econômico global. Esses desdobramentos injetaram uma volatilidade expressiva nos mercados financeiros e apoiaram a valorização do Ouro .
Ao mesmo tempo, a paralisação do governo dos EUA entra em sua terceira semana, alimentando ainda mais incertezas sobre a política fiscal e as perspectivas econômicas. O impasse tem contribuído para um enfraquecimento do dólar americano e uma queda nos rendimentos do Tesouro, fatores que normalmente impulsionam a demanda por metais preciosos. Além disso, o sentimento do mercado é fortemente influenciado pelas expectativas de uma política monetária dovish do Federal Reserve, com projeções amplamente apontando para mais reduções nas taxas de juros antes do final do ano.
Em declarações recentes, as autoridades norte-americanas reconheceram o risco de pressões inflacionárias ligadas às interrupções provocadas pelas tarifas, embora ainda não haja evidências concretas de aumento da inflação. Os analistas permanecem cautelosos quanto ao crescimento econômico dos EUA, estimando uma expansão média de aproximadamente 2% até 2025, fortemente influenciadas pela evolução das relações entre os EUA e a China. O mercado reforça as apostas em novos cortes de taxas, com os investidores atribuindo altas probabilidades a sucessivas medidas de flexibilização nas próximas reuniões do Federal Reserve.
As principais instituições financeiras vêm resivsando para cima suas projeções para o Ouro , com o Bank of America estimando um alvo de preço potencial de US$ 5.000 por onça até 2026. Já o Goldman Sachs acredita em uma valorização próxima de US$ 4.900 em meados de 2026. Bancos regionais também elevaram suas perspectivas, reforçando a confiança generalizada na trajetória de alta do metal.
Do ponto de vista técnico, o Ouro continua em uma tendência ascendente, mesmo diante de indícios de sobrecompra, com os preços se mantendo bem acima das principais médias móveis. As regiões de suporte imediato são observadas em torno de US$ 4.200, enquanto o momentum indica que qualquer recuo de curto prazo deve ser limitado. O índice de força relativa continua elevado, mas não aponta para uma reversão, indicando que o impulso altista permanece sólido por enquanto.
