Os preços do petróleo registraram um declínio acentuado na sexta-feira, com o petróleo bruto ICE Brent recuando 2,68% e o West Texas Intermediate (WTI) caindo momentaneamente abaixo do nível de US$ 70 por barril pela primeira vez no ano. Analistas apontam que essa desvalorização ocorre em meio a especulações crescentes sobre as futuras ações da OPEP+ em relação aos níveis de fornecimento.
Atualmente, a OPEP+ está realizando cortes de fornecimento de 2,2 milhões de barris por dia, com previsão de retomada gradual a partir de abril. No entanto, há indícios de que o grupo pode reconsiderar esse cronograma e postergar a decisão. Caso isso aconteça, o equilíbrio do mercado de petróleo poderá ser afetado, levando a um aperto maior do que inicialmente projetado. Esse cenário contraria as expectativas de líderes políticos que pressionam por um aumento da oferta.
Dados recentes sugerem que o sentimento do mercado mudou, evidenciado por uma redução significativa no posicionamento especulativo. Especificamente, os traders reduziram suas posições no ICE Brent em quase 24.000 lotes, resultando em uma posição líquida comprada de 265.223 lotes na última terça-feira. Essa mudança reflete tanto a liquidação de posições compradas quanto a entrada de novas posições vendidas no mercado. Além disso, a dinâmica do mercado também é influenciada pelas preocupações gerais em relação aos conflitos comerciais, bem como pelas negociações de paz em andamento entre a Rússia e a Ucrânia.
Diante desses desdobramentos, o mercado de petróleo está lidando com pressões crescentes de diversas frentes, aumentando a incerteza sobre sua trajetória de curto prazo. Os investidores acompanham atentamente os eventos geopolíticos e as decisões da OPEP+, que podem ter efeitos duradouros sobre a oferta e os preços nos próximos meses.